Inexperiência, dúvidas e até entusiasmo em excesso
atrapalham a performance dos principiantes em seus negócios.
No universo dos negócios, não são poucos os tropeços que
podem e vão ser cometidos por aqueles que arriscam os primeiros passos em
empreender.
Primeira vez nunca vai ser fácil!
1 – Falta de planejamento
- acreditar “que tudo vai dar certo”, mas não traçar os
passos necessários para chegar ao sucesso almejado.
- contaminados por uma espécie de “otimismo cego”, os
empreendedores tendem a queimar etapas imprescindíveis, como a da elaboração do
plano de negócio.
- outro comportamento característico é não determinar prazos
para etapas como a realização de obras ou a obtenção de documentação, o que
acaba comprometendo o início oficial das atividades e gerando impactos
negativos.
- mais que planejar, o ideal é se antecipar aos imprevistos
e fazer três possibilidades de planos a serem conduzidos.
- deve-se considerar um cenário muito ruim (para o
desenvolvimento da iniciativa), um conservador e um muito bom, e ver quanto
tempo o empreendimento sobrevive em cada um deles.
2 – Subestimar o empenho necessário
- ser proprietário de um negócio passa longe de poder
trabalhar apenas quando se quer.
- entretanto, muitas pessoas costumam unir as duas idéias em
seus pensamentos e sonham com o dia em que finalmente serão “o próprio patrão”.
- dessa forma, vêem equivocadamente o empreendimento com uma
conotação de mais liberdade e de menos obrigações.
- um negócio requer muito esforço na fase inicial,
principalmente para o pequeno empresário, que deve se dedicar totalmente à
empresa na fase de lançamento.
- alguns empresários colocam um gerente para ‘tocar’ a
empreitada enquanto vão ‘viver a vida’.
3 – Profissionalismo tardio
- a história é sempre a mesma: ao dividir com parentes e
amigos sua idéia de montar o negócio, ela é recebida com entusiasmo e euforia.
o clima é de festa.
- mas o começo ancorado na empolgação (na sua e na dos
outros) geralmente deixa como seqüela o profissionalismo tardio.
- leva-se mais tempo do que o necessário para encarar a
empresa como algo sério e trabalhoso.
- desde o primeiro dia a empresa deve ser tratada como tal.
4 – Síndrome do “eu também”
- se todo mundo está fazendo, deve ser lucrativo. então, por
que não fazer também? esse é o raciocínio clássico que origina os chamados
‘negócios da moda’.
- segundo os especialistas, o risco de mortalidade entre as
empresas que surgem dessa forma tende a ser maior ainda.
- há uma peneira natural que filtra os que somem e os que
ficam no mercado.
- depois do “boom” é certo que muitos aventureiros terminam
por quebrar.
5 – Horror as finanças
- o empresário adora a idéia que teve, mas detesta cuidar da
parte financeira.
- tem horror, por exemplo, a se dedicar à manutenção de
registros contábeis.
pode contratar alguém para fazê-lo, mas mantém o
desinteresse pelo tema.
- a médio prazo, as conseqüências são o descontrole e o
prejuízo por má formação de preços.
- os números que estão na contabilidade refletem a vida da
empresa em um determinado período.
- mostram quanto vendeu, qual é o custo da operação, qual a
margem efetiva e qual a despesa. São informações que podem melhorar os
resultados no futuro.
6 –Desconhecimento do mercado
- é um erro diretamente atrelado ao da falta de
planejamento.
- ansioso por achar que vai se dar muito bem, o iniciante
não pesquisa o mercado.
- ignora a concorrência e segue certo de que só ele tem
aquele produto ou serviço.
- muitas vezes só descobre que estava enganado quando é
tarde demais.
- é preciso ter visão de cenários, estudar o setor, saber
quem são e serão os concorrentes diretos e indiretos.
-a falta de pesquisa pode levar, por exemplo, à dependência
de um único fornecedor, o que não é nada interessante do ponto de vista
financeiro.
7 – Ponto errado
- dependendo do tipo de negócio, a escolha do ponto é que
vai definir se a iniciativa vai prosperar ou naufragar.
- para diminuir as chances de ser prejudicado por uma
escolha inadequada, deve-se observar a infra-estrutura, facilidade de acesso e
estacionamento, proximidade com o público-alvo e custos do aluguel (se houver).
8 – Gostar, mas não saber fazer
- confundir o que gosta com o que sabe fazer é um deslize
comum entre os principiantes.
- uma coisa não tem nada a ver com a outra.
- em vez de hobbies, vale aproveitar a própria bagagem
técnica e tentar transformar isso em diferencial de mercado.
9 – Rotatividade de colaboradores
- o ‘entra e sai = turnover’ é uma janela por onde voam os
lucros de uma empresa.
- esta realidade muitas vezes passa despercebida pela
maioria dos empreendedores.
- afinal a regra genérica do mercado é ‘enxugar o rh’ sempre
que os negócios não vão bem.
- cerca de 80% da micro e pequenas empresas brasileiras
estão no ramo comercial e de serviços.
- nestas empresas, os recursos humanos têm um papel muito
importante.
- normalmente, são os vendedores que alavancam as vendas,
são eles que trazem os lucros para as empresas.
- gasta-se muito mais para recrutar e capacitar novos
colaboradores.
10 – Conceito em aberto
- neste caso, o erro é começar o negócio sem saber
exatamente como ele é.
- ou seja, muitos novos empreendedores, deixam para
construir o conceito ao longo da operação da empresa.
- um bom teste é uma resposta à pergunta: - ‘o que é o seu
negócio?’
se o novo empreendedor levar mais de um minuto pensando para
explicar, ele provavelmente não sabe direito o que vai fazer, ou faz.
- divergências conceituais entre sócios, somadas a outras
dificuldades como ausência de capital de giro e plano de negócio inexistente,
podem levar a derrocada do empreendimento.
11 – Contenção de custos exagerada
- num tempo em que ‘conter custos’ virou palavra de ordem
para uma gestão de sucesso, os especialistas alertam que economizar é bom, mas
é preciso ser criterioso na hora de escolher o que precisa ser cortado.
- a idéia é que a economia excessiva pode comprometer
processos prioritários, como a qualidade dos produtos/serviços.
- e, conseqüentemente, lançar a empresa numa situação de
risco.
- na verdade, não há como fazer uma empresa crescer sem
gastar.
- o melhor, é tentar equilibrar a equação entre o que é
preciso economizar e aquilo que é indispensável investir.
- não faz sentido algum, simplesmente não gastar. O caminho
é ter um controle eficiente de custos.
12 – Baratear para manter clientela
- foi-se o tempo em que produto ou serviço baratos eram
sinônimos de clientela fiel.
- hoje em dia, não adianta mais acreditar que o preço baixo
vai funcionar por si só como âncora de uma empresa.
- fatores como concorrência internacional e exigência por
parte dos consumidores contribuem para minar a estratégia considerada ‘certa’
há algumas décadas.
- valor agregado é o conceito que resume a tendência e
segundo o qual o cliente paga não apenas pelo que comprou, mas pelos benefícios
implícitos na marca.
13 – Ausência de indicadores
- desconhecer o que as pessoas pensam sobre o projeto é
outra falha bastante comum entre os que estão começando.
- o problema se torna mais grave, quando o modelo de gestão
leva igualmente a ignorar o grau de satisfação da potencial clientela.
- há um período em que o empreendedor precisa mesmo deixar a
maré de opiniões de lado.
- caso contrário, nem consegue emplacar a iniciativa.
- assim que o negócio começar a amadurecer e mostrar alguns
resultados, é hora de mudar radicalmente.
- a partir daí, as opiniões passam a colaborar diretamente
para o aperfeiçoamento contínuo.
- monitorar a satisfação do público e a forma como ele é
tratado é essencial.
14 – Subestimar o tempo de retorno
- nem sempre o negócio começa a dar lucro no prazo
originalmente previsto.
- a extensão do tempo de retorno acaba se tornando uma das
maiores fontes de estresses e de desânimo para o empreendedor estreante.
- com freqüência, é ao esbarrar nesse obstáculo que ele
considera pela primeira vez a hipótese de desistir e fechar as portas.
- o superdimensionamento do retorno é outro ponto negativo.
- é bastante comum acreditar que a receitas virão em maior
volume e em menor tempo do que ocorre na realidade.
- normalmente, quase todos os negócios, exigem tempo para
que se concretizem, e é fácil que ultrapassem os limites de tempo fixados
inicialmente.
15 – Misturar pessoas jurídica e física
- é quando o empresário e o cidadão que comanda a empresa
começam a se fundir involuntariamente.
- a mistura abrange desde a parcialidade na contratação de
funcionários (empregar parentes, por exemplo) até a utilização de recursos próprios
para financiar a iniciativa.
- esta mistura pode arruinar negócio e vida pessoal.
- o ideal é que desde o início do negócio, estas duas
realidades sejam bem separadas e constantemente administradas, principalmente
se a sociedade é entre amigos ou conhecidos.
Folha de São Paulo
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